MÚSICA 7a. Parte
7- ARGUMENTAÇÃO CONTRÁRIA
Alguns textos bíblicos são usados para provar a tese de que Satanás era músico; veja Ezequiel 28,13-15:
“Estiveste
no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o
topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a
esmeralda e o ouro”. Em
ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste
criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda. Estiveste sobre o monte santo de Deus;
andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniquidade...
A passagem acima literalmente faz parte de um juízo
proferido sobre o rei de Tiro, portanto, a
intenção original de Ezequiel não é tratar de Lúcifer em seu estado não
caído e por isso, precisamos respeitar o contexto. Mesmo que haja certos paralelos entre a
altivez do rei de Tiro e Lúcifer, a linguagem não trata deles de forma
literal. Por exemplo, porque o texto trata de
instrumentos musicais, alguns concluem que isso se refere ao dom musical de
Lúcifer no céu, enquanto outros até vêem aí uma prova de que havia “tambores”
no céu. Mas a linguagem aqui é poética,
simbólica e metafórica e o hebraico é de difícil tradução e inconclusivo ao
falar de instrumentos, é necessária a cautela. Podemos, no entanto, aplicar os princípios da queda do rei de Tiro como
símbolo da queda de Lúcifer, já que há alguns paralelos óbvios, tais como “eras
o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” (v.
12). Mas ao mesmo tempo em que há paralelos, há também disparidades entre
os dois personagens que nos impedem de criar um paralelo literal entre cada
elemento do texto de Ezequiel com Lúcifer. Assim,
tentar literatizar a passagem de Ezequiel nos traz dificuldades já que se
Lúcifer era músico e tocava “tambores e pífaros” (v. 13) no céu, então ele
também era coberto de joias preciosas literalmente, se engajou em “comércio” lá
(v. 16, 18), profanou os seus próprios “santuários” (v. 18) e Deus o expulsou
em direção à “terra” (que supostamente ainda não havia sido criada!) e o expôs
perante “reis” (v. 16, 17).
O disparate exegético deveria ser óbvio!
Concluir,
portanto, que Lúcifer era regente do coro celestial ou até mesmo músico com
base nos instrumentos citados na passagem de Ezequiel é forçar o texto bíblico. Isso não quer dizer necessariamente que
Lúcifer não era músico no céu, a Bíblia contém muitas cenas de louvor
oferecido pelos anjos a Deus. Mas
querer precisar a função que Lúcifer tinha no céu, é ir além da revelação.
O outro texto utilizado por quem quer dar
fundamentação bíblica a esta tese é Jó 38,4-7, que fala do “coro celestial”:
“Onde estavas tu, quando Eu lançava os fundamentos
da terra? ... quando
juntas cantavam as estrelas da manhã,
e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?” - O texto pode estar se
referindo a um coro de anjos cantando nas eras sem fim da eternidade, mas não trata de Lúcifer em específico. Acima de tudo, assim como Ezequiel, o texto
de Jó é poético e simbólico. Nada
contra a priori com a ideia de que Lúcifer possa ter sido "regente do coro
celestial", assim como não teria problema com a ideia de que ele possa ter
sido compositor, pintor, escultor ou mesmo arquiteto das cortes celestiais. O problema é ter base escriturística
"literal" e inquestionável para fundamentar tais afirmações.
A ideia de que Lúcifer tinha a função específica
de "regente" do coro celeste, também esbarra em alguns
problemas lógicos:
1)- O primeiro deles é o tamanho do coro
celeste; se houvesse mesmo a necessidade de um
regente, deveria haver milhares de sub-regentes para um coro de milhares,
milhões ou bilhões de anjos,
como ocorre com grandes corais aqui.
2)- O segundo problema é que a necessidade de um
regente nos moldes de um diretor de coral terrestre fere o conceito bíblico de que os anjos são perfeitos em todos os
sentidos e superiores ao homem (conf. Salmo
8,5; Heb 2,7). Por
quê? Anjos perfeitos em poder não devem necessitar de um regente que indique
o compasso, mudanças de dinâmica, cadência, rallentandos, pianissimos ou mezzo
fortes, se é que a música celeste sequer
pode ser descrita nos moldes terrestres!
3)- Nem mesmo deve ser necessário que alguém lhes
dê a “primeira nota” nos padrões de um regente terrestre, como se os anjos
precisassem disso para se manterem no tom. Existem seres humanos que possuem o que chamamos de “ouvido absoluto”,
ou seja, não precisam que ninguém lhes toque ao piano ou sopre num diapasão um
Dó ou Fá, eles ouvem a nota automaticamente em seu ouvido e cantam no
tom. Quanto mais os anjos que foram criados de forma superior ao homem! E até mesmo em nossa esfera decaída, há muito
coral profissional por aí que não necessita de regente. Creio que deu para
entender os problemas com uma leitura rígida da passagem em questão. - Se
Lúcifer era ou não "regente do coro celestial" é irrelevante, já que ele não caiu de sua elevada posição por rebelião ao governo de
Deus em questões musicais. Assim,
devemos ler a passagem sobre Lúcifer e o coro celeste mais por sua força
retórica sobre a exaltação e subsequente queda de Lúcifer, e não como uma
declaração de qual função musical ele exercia no céu ou como é realizada a
música celeste.
Cabe aqui também uma palavra de exortação!
Infelizmente, a intenção de muitos que usam a passagem de Satanás como suposto
“regente do coro celeste” é quase sempre demonizar (literalmente) a música
profana contemporânea. Ouvem-se
afirmações do tipo “Satanás é músico, temos que ter cuidado com avanços na
música.” Assim, cria-se um espantalho ao redor da música e estilos musicais os
quais não nos identificamos para coibir, oprimir e ostracizar músicos. Os músicos ficam restritos e sem liberdade para trabalhar estilos
musicais porque sempre correm o risco de se tornar culpados por associação com
Lúcifer, o músico por excellence, o “regente do coro celeste”. Com certeza
Satanás deve ter um vasto conhecimento da música celeste e bem como da
terrestre, mas ele não foi originador da música, Deus o é. Não entreguemos a
Satanás algo que pertence a Deus, o dom da música, e não façamos os músicos da
Igreja culpados por associação porque um suposto “regente do coro celeste” caiu
em rebelião. Com estes nossos pré
julgamentos baseados em gostos e preferências pessoais caímos em extremos na
questão da música sacra, julgando a intenção dos nossos irmãos músicos, impondo
nossas ideias pessoais do que Deus aceita ou não ("Se eu não gosto deste estilo, Deus não gosta também"), criticando e condenando-os.
ARGUMENTO FAVORÁVEL
Ezequiel 28 nos diz sobre Lúcifer (heilel
ben-shachar em hebraico) que:
Ele pertence
a ordem dos Querubins, e
"a obra dos teus tambores e de teus pífaros estava em ti: no dia em que
foste criado foram
preparados." - Lúcifer era um
músico mestre. Ele deveria usar este dom para a glória de Deus, mas quando se
rebelou contra o Senhor e teve que ser expulso do Céu ele prostituiu este dom e
começou a usá-lo para o mal ao invés do bem. A palavra “da guarda”, em Ezequiel 28,14-16, significa literalmente
“quem conduz”, visto que, antes da queda de Lúcifer não havia inimigos e
nem nada para ser guardado. Ou
seja ,ele conduzia a adoração a Deus o que leva a pré-supor que como aferidor
de medida ele era o líder em adoração, o querubim mais próximo da
perfeição e do amor de Deus.O texto bíblico ainda comenta sobre “a obra dos
tambores e pífaros”. Sua influência na área da música fica clara e nos mostra
que Lúcifer era, provavelmente, quem conduzia a orquestra celestial. Podemos afirmar que de música o diabo entende muito e soube, por algum
tempo, como agradar o Senhor com seus louvores. O louvor e a adoração têm que ser prestado com o
devido respeito ao Senhor, lembre-se dos Serafins (Isa 6). Havia postura,
reverência e temor naquela adoração e os anjos preocuparam-se com isso...
“Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci! permanecias no monte santo de
DEUS, no brilho das pedras andavas”.
Antes de tudo, recomendo
que você leia o artigo "O Homem mais malígno do mundo" para que entenda
sobre satanista Aleister Crowley.
Quem era o satanista
Aleister Crowley ?
Aleister
Crowley (1875-1947) foi o maior satanista da era moderna. Nunca o mesmo escondeu o
fato que servia ao seu senhor Satanás. Era tão maligno que sua própria mãe o
chamava de "A Besta". Muitas vezes ele próprio se chamava por esse
nome e pelo número 666.Crowley criou um sistema híbrido de Magia Negra que está
em voga hoje, uma religião chamada Thelema. Ele estava convencido que encarnava uma nova
era mágica que substituiria o Cristianismo. Passou grande parte dos anos
finais de sua vida procurando a Meretriz da Babilônia, que em sua opinião,
seria sua parceira sexual mágica ideal. Crowley influenciou muito os Beatles, e eles
lhe dedicaram seu álbum "Sargent Pepper's Lonely Hearts Club Band".
Alice Bailey
(1880-1949),profetisa da Nova Era e líder da sociedade secreta global Casa da
Teosofia, foi a fundadora da Escola de Estudos Esotéricos "Arcana",
escreveu muitos livros, todos psicografados, inspirados por seu suposto
espírito-guia, entre eles The Reappearance of the Christ (O Reaparecimento do Cristo) e
The Externalization of the Hierarchy (A Exteriorização da Hierarquia). Este último livro
tem sido muito utilizado para ensinar às lideranças da NOVA ERA a prática como alcançar a
Nova Ordem Mundial.
Influência na música:
Socialmente, Crowley se tornou conhecido devido as
referências feitas a ele no rock n' roll dos anos de 1960 e 1970, pelas bandas:
-Led Zeppelin
-Rolling Stones
-Iron Maiden
-The Beatles
-Black Sabbath
-E pelo cantor Ozzy Osbourne.
Os primeiros a falarem
sobre o satanista Crowley foram os Beatles!
Eles acreditavam que
Crowley era uma personalidade influente o bastante para ser colocado na capa do
disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.A capa do álbum mostrava os Beatles com um
fundo formado por pessoas que, de acordo com Ringo Starr "de quem gostamos
e que admiramos". Paul McCartney falou sobre a capa do álbum:
"... íamos ter as fotos dos nossos heróis na parede...".
Em “O Livro da Lei”, escrito por Crowley, há ensinamentos do tipo “Faça o
que você quiser”:
Toda a ideia dos Beatles era: "faça tudo o que você quiser, certo!
Assumir suas próprias responsabilidades, fazer o que quiser e tentar não
prejudicar as outras pessoas, certo! FAÇA O QUE QUISER, desde que não fira
ninguém..." [Entrevista da revista Playboy com John Lennon e
Yoko Ono, David Sheff & G. Barry Golson, pg. 61].”
Vamos falar sobre a música
“Imagine”
Expliquei acima a
influência de Aleister Crowley sobre os Beatles. Vários anos se passaram após o lançamento da
música “Imagine”, que fez muito sucesso. Mas ninguém nunca reparou o que ela
realmente queria dizer. Agora, leia, com um pouco da malícia na tradução
da música “Imagine” de John Lennon, e veja a análise depois da música:
“Imagine”
"Imagine que não há
paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de
nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje!
Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou
morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se junte a nós
Sei que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo, então, será como
um só"
Análise da Música:
Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de
nós
Acima de nós apenas o céu
Como assim
"imaginar que não há paraíso"? As pessoas morrem e vão pra onde? Como
ele disse, é fácil tentar imaginar: Se não há nenhum inferno abaixo de nós, Acima de
nós apenas o céu, e não há paraíso, logo o céu se tornou o inferno. O céu sem o paraíso
é o inferno. Reflita pra você ver.
Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou
morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Pois bem, imagine agora não
existir países!
Seria UMA NOVA ORDEM
MUNDIAL! Onde tudo seria unificado e governado apenas pela "elite
iluminada" ou seja, nada pelo que matar ou morrer, até
porque, ou você seria obrigado a cumprir ordens, ou seria governado pelos
mais fortes. Em um mundo anárquico e sem leis você não teria chance. E não
há pelo que morrer já que não existe pátria, pois tudo é unificado. E também não há porque
morrer por alguém, porque no final vão todos pro inferno mesmo. Afinal,
não existe mais céu. Lembra? E nenhuma religião, e todas as pessoas
vivendo em paz. Será mesmo que seria possível viver em paz sem
religião? Sem os valores morais trazidos pela verdadeira religião?
Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
Você se junte a nós
Realmente, os Beatles não foram os
únicos. Junto com eles, estava Aleister Crowley.E eles esperam que um dia você
se junte a eles. Após a análise, você pode ver, que esta música
"linda" escondeu durante muito tempo, coisas ocultas, ou
melhor, SUBLIMINARES, que você nunca percebeu!
Seja sincero:
Você até "antes
de ler este artigo", achava a música linda e perfeita não é mesmo?
Este é um exemplo de como
as “mensagens subliminares” agem em sua mente inconscientemente através da
música e outros meios que podem influenciar numa cultura dominante, e a
música é o melhor meio! É muito comum encontrar pais que não se importam
que seus filhos passem horas ouvindo Rock a todo volume, porque consideram que
"não há mal nenhum nisso". Eles, quando eram moços, se acostumaram (ou
viciaram) a ouvir talvez músicas românticas ou canções sensuais de jazz.
Tocavam-nas quando seus filhos eram pequenos. Agora, os jovens cresceram e
inconscientemente tiraram as consequências dos princípios musicais e educativos
que receberam: ouvem apenas Rock. Do romantismo sentimental ao Rock frenético, passando
pela etapa intermediária do jazz sensual, há uma lógica coerente que a alma
percorre, ainda que inconscientemente. O próprio Rock registra,
com maior velocidade porém, estas mesmas etapas em seu caminho. Tendo começado
com músicas e letras sentimentais, logo chegou ao frenesi e ao abismo do
mal. Não é por acaso
que a canção considerada o "hino oficial" do Rock - "Stairway to
Heaven" - passa também, por essas fases: sentimental, sensual, frenética.
(outras razões houve para designar-se essa canção como o "hino" do
Rock). É também
comum encontrar jovens que, informados do que significam as letras das canções
que ouvem, afirmam
que não entendem suas letras, que se interessam apenas pelo ritmo ou, bem raro, pela
"melodia".
Não se
apercebem de que a música tem profundos efeitos na alma humana e satanás sabe
disso!
É evidente que ao ouvir ou
ler esta afirmação eles a põem em dúvida. Entretanto, reconhecem que o Rock os
entusiasma e os deixa euforicamente excitados! Têm que reconhecer também que há
músicas próprias a filmes de terror, que inclinam a alma para o medo do
desconhecido. Que há
outras que são compatíveis com cenas amorosas e sentimentais. Não poderão negar que certas músicas
produzem melancolia e tristeza, outras despertam alegria, outras ainda entusiasmo.
A música, portanto, "é criadora de estados
de alma", os quais fazem nascerem ideias correlatas em nossas mentes:
Quem permite que uma música crie em sua alma um estado de
melancolia e tristeza, naturalmente terá tendências à tristeza e à melancolia,
por isso mesmo, ideias melancólicas, tristes e pessimistas. Fica então patente
que uma canção, por si só, sem levar em conta a sua letra, cria estados de
ânimo e suscita idéias.
Tinham, pois muita razão os
filósofos gregos ao darem à música um importante papel na educação e formação
dos jovens!
Aristóteles prevenia
que "pelo ritmo
e pela melodia nasce uma grande variedade de sentimentos" e que "a
música pode ajudar na formação do caráter" e que "se pode
distinguir os gêneros musicais por sua repercussão sobre o caráter. Tal gênero, por exemplo,
leva à melancolia, tais outros sugerem o desânimo ou domínio de si mesmo, o
entusiasmo ou alguma outra disposição já mencionada. (Citação de Aristóteles - apud W. Matt - Le Rock'n Roll, instrument de
Revolution et de subversion culturelle - Ed St. Raphael Sherbrooke, Quebec,
1981 pag. 6)
Platão é ainda mais claro sobre a música
No diálogo
"República", ele adverte que a música forma ou deforma os, caracteres de
modo tanto mais profundo e perigoso quanto mais inadvertido. A maior parte das pessoas
não percebe que a música tem o poder de mudar o coração dos homens, e que
assim, pouco a pouco, molda a sua mentalidade. Mudando as mentalidades, a música termina
por transformar os costumes, o que determina a mudança das leis e das próprias
instituições.
Por isto dizia Platão que:
"É possível conquistar
ou revolucionar uma cidade pela mudança de sua música. Toda inovação musical é
prenhe de perigos para a cidade inteira... não se podem alterar os modos musicais sem
alterar, ao mesmo tempo, as leis fundamentais do Estado". (Platão,
República, Livro III) - Para Platão, a educação musical é a mais poderosa,
porque permite introduzir na alma da criança, desde a mais tenra infância, o
amor à beleza e à virtude.A pessoa bem educada musicalmente mais facilmente
perceberia a beleza e a harmonia. E como não há amor sem ódio, ela também
odiaria o feio e o mal.
E pergunta Platão:
"Não saberá (tal
pessoa) louvar o que é bom, receber o bem com deleite e, acolhendo-o na alma,
nutrir-se dele e fazer-se um homem de bem, ao mesmo tempo em que detesta e
repele o feio desde criança, mesmo antes de poder raciocinar? E assim quando chegar a
razão, a pessoa educada por essa forma a reconhecerá e acolherá como uma velha
amiga". (Platão,
República, Livro III). - Bem educados musicalmente, continua Platão, os
jovens crescerão numa terra salubre, sem perder um só dos eflúvios de beleza
que cheguem aos seus olhos e ouvidos, procedentes de todas as partes, como se
uma aura vivificadora os trouxesse de regiões mais puras, induzindo nossos
cidadãos, desde a infância a imitar a idéia do belo, a amá-la e a sintonizar
com ela. (Platão, idem, ibidem.)Por isso, conclui Platão, não se deveria permitir
que os artistas exibam "as formas do vício, da intemperança, da vileza ou
da indecência, na escultura, na edificação e nas outras artes criadoras... "Não admitiremos que
nossos guardiães cresçam rodeados de imagens de depravação moral,
alimentando-se, por assim dizer, de uma erva má que houvesse nascido aqui e
ali, em pequenas quantidades, mas dia após dia, de modo a introduzirem, sem se
aperceber disso, uma enorme fonte de corrupção em suas almas". (Platão, idem, ibidem)
Platão
insiste no "poder
insinuante da música de agir sem ser percebida", a ponto de conseguir
destruir ou revolucionar uma sociedade:
"pois é aí que a ilegalidade se insinua mais facilmente, sem ser
percebida... sob forma de recreação, à primeira vista inofensiva". Nem, a princípio, causa dano algum, mas esse
espírito de licença depois de encontrar um abrigo, vai-se introduzindo imperceptivelmente
nos usos e costumes; e daí passa, já fortalecido, para os
contratos entre os cidadãos, e após os contratos, invade as leis e
constituições, com maior impudência, até que, ó Sócrates, transforma toda, a
vida privada e pública". (Platão, República, Livro III)
É tão verdadeira essa
análise do grande filósofo grego, que ela se aplica perfeitamente ao que
aconteceu com os costumes de nossa sociedade!
Até parece tratar-se de um
autor atual descrevendo o que ocorre em nosso tempo. Portanto, a música pode ter um salutar
efeito formador ou pode ser destruidora. Evidentemente, como é mais fácil destruir do
que construir, os efeitos da música daninha são mais rápidos e eficazes que os
da boa música.A corrupção estética e moral, embora degrau por degrau, vai mais
rapidamente até os mais profundos abismos, do que a virtude em sua ascenção até
os píncaros do heroísmo e da santidade.Nesse trabalho de deformação e corrupção feito
também através da música, no século XX, devemos salientar o papel do
liberalismo que considera tudo pelo lado positivo e que, por isso, julga que
nada deve ser proibido. O liberalismo é a "tolerância
institucionalizada não só em certos casas ditas de "tolerância" como
na própria sociedade. O liberalismo é o sistema da
"tolerância".
Por
isso, os pais liberais
permitem que os filhos tudo ouçam, sem qualquer restrição!
Ora, “à força de tudo ouvir, acaba-se por tudo
aceitar, à força de tudo aceitar, acaba-se por tudo aprovar". (in Walter Matt, op. cit.,
pag. 22-23, nota 17 do tradutor, parodiando palavras de Santo Agostinho).
- A aceitação do mal, a convivência com ele, leva o liberalismo, no fim, a
aprovar todo vício, todo crime, todo absurdo, toda monstruosidade.Foi assim que
a arte moderna ajudou a deformar o século XX. É assim que o Rock dominou
a juventude mundial de nossos dias. Se há 50 anos tivessem dito que os netos
dos fãs de Frank Sinatra iam ser entusiastas do "Black Sabbath" ou do
grupo "Possessed", ninguém acreditaria. Mas, como a decaída se deu,
degrau por degrau, até o abismo, todo o liberalismo aprovou.
Porque ?
"Vice is a monster of so frightfull mein
As
to be hated needs but to be seen
Yet
seen too oft,
familiar
with his face
We
first endure,
then
pity, teh embrace"
(Alexander
Pope)
Tradução:
"O vício
é um monstro
De aspecto
tão horrível
que basta
vê-lo para detestá-lo!
Mas olhá-lo por
demais,
Acostuma-nos com
seu rosto!
Tolerado
inicialmente,
em seguida
nos dá simpatia,
e por fim, o
abraçamos"
Esse,
infelizmente, foi o caminho da juventude, face ao vício e à música alienante no
século XX.
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
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