MÚSICA 9a. Parte
9-O ministério da música segundo a Bíblia
A Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música é algo antigo e que foi
instituído na casa de Deus através do Rei Davi.
Ela
nos mostra também como o ministério deve ser organizado e
conduzido e de que forma a música serve de auxílio indispensável aos demais ministérios, como cura
e libertação, profecia, animação e coordenação.
Eis alguns dos eloquentes exemplos
que nela encontramos:
I Sam 16, 23: “E sempre que o espírito mau, permitido
por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul
acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava”.
Vemos
neste texto, Saul atormentado por espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa. O ministério de música é aqui usado em seu aspecto
libertador e curador, o que demonstra o seu grande poder e o auxílio que
presta ao ministério de cura e libertação.
Rs 3,1 4-18: “Eliseu disse: ‘trazei-me um tocador de harpas.’
Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu… e ele
profetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar Moab em suas mãos.’”
Nesta
passagem, nos deparamos com o fato de que Eliseu, embora fosse um grande
profeta, ter precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa tocar.
Isto abriu espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e
levá-lo a profetizar a vitória do povo de Israel sobre o povo de Moab. Este fato nos leva a perceber como é fundamental o auxílio
do ministério de música ao da profecia. Por isso, todas as vezes em
que, nos grupos de oração, assembleias e reuniões comunitárias, há música e
louvores no Espírito, os corações se abrem com maior facilidade para o
dom da profecia e o Senhor pode, então, falar ao grupo e
dirigi-lo. O ministério de música está, assim, estreitamente
ligado ao ministério de profecia que, além de ser preparada e
estimulada pela música, pode também ser expressa em forma de
profecia cantada.
I Cor 15,16-22: “Davi disse aos chefes dos levitas que
estabelecessem seus irmãos como cantores com instrumentos de música, cítaras,
harpas e címbalos, para que sons vibrantes e alegres se fizessem ouvir. Os
levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus irmãos, Asaf, filhos
de Baraquias… Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani, Eliab… os porteiros. Os
cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze… Zacarias, Osiel,
Semiramot… tinham cítaras em soprano…”
O
ministério de música deve ser planejado, estruturado, ungido e enviado.
Ao
ler este texto, poderíamos perguntar para que tantos nomes e para
que tantas especificações. Na verdade, tudo isto é de fundamental
importância, pois nos ensina que o ministério de música era,
para os levitas e para Davi, algo organizado e definido.
Este
texto mostra que não era algo improvisado, formado na hora da necessidade,
com pessoas que se encontrem por perto e cantem bem, como,
infelizmente estamos acostumados a ver em muitos dos nossos grupos.
O
ministério de música deve ser planejado, estruturado, ungido e enviado. Deus quer, hoje, suscitar em todos os grupos
e comunidades pessoas que realmente, como na época de Davi, se dediquem a este
ministério; pessoas encarregadas do cântico na casa de Deus.
I Crônicas 25,1-7: “Eis a lista dos homens
encarregados do serviço do canto: dos filhos de Asaf: Zacur, José,
Natania e Asarela que profetizava segundo as ordens do rei. De
Iditum: Godolias, Sori, Jesefas,… que profetizava com a cítara para
cantar e louvar ao Senhor… Eis portanto os que, sob a direção dos seus pais
estavam encarregados do canto no templo. Tinham címbalos, cítaras e harpas para
o serviço do Templo, sob as ordens do Rei Davi, de Asaf, de Iditum e de Hemã. O
número deles, juntamente com seus irmãos exercitados em cantar ao Senhor, todos
hábeis em sua arte, atingia o número de duzentos e oitenta e oito.”
Observamos,
nesta passagem, como o ministério da música era bem definido e
como cada um ocupava um lugar determinado. Outro ponto muito
importante neste texto é a clara noção de submissão e
autoridade. Sem estas definições, é impossível se fazer algo
construtivo na Igreja. Precisamos crescer no serviço do Reino de
Deus e só vamos crescer dentro da virtude da obediência e da
submissão, a exemplo do próprio Jesus que, por sua obediência,
tornou-se Rei e Senhor (Fl 2,6).
Outro
aspecto importante neste texto é o que diz o versículo 7: “todos eram hábeis na arte de cantar”. Como nos tornamos hábeis em alguma coisa? Dedicando-nos a ela de
maneira especial. Era assim que os levitas se dedicavam ao seu
ministério de cantar e tocar no Templo. Eram hábeis, porque estudavam e
aperfeiçoavam os instrumentos e as vozes. Não consideravam o
ministério de música como algo puramente místico ou espiritual, mas sabiam que, para exercê-lo bem, deveriam exercitar-se e
aprimorar-se, a fim de fazer para Deus o melhor possível e abrir-se mais
eficazmente às moções do Espírito.
Se
naquela época já era assim, quanto maior responsabilidade e dever de nos
aprimorar temos hoje, quando foram desenvolvidas novas técnicas para cantar e tocar e quando
a ciência da música é tão rica e abrangente!
Se
os cantores e os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para aprimorar
suas técnicas em favor apenas de si mesmos, quanto mais não
devem os ministros de música serem instruídos e se
aprimorarem, a fim de se tornarem hábeis no ministério de tocar
e cantar para o Seu Deus e Senhor! O Espírito Santo poderá utilizar-se melhor de pessoas bem treinadas e ungidas para
louvarem Aquele que é digno de todo louvor. I Crônicas 23, 5: vemos
aqui a preocupação de Davi em separar 4000 homens entre os levitas, só
para celebrarem o Senhor através da música. Encontramos no Antigo
Testamento outras passagens semelhantes a esta, como II Cr 29,
25-31, onde se vê que o Rei Ezequias considerou fundamental o canto
na restauração que fez no culto no Templo do Senhor, mostrando assim,
que a música tem papel fundamental na obra nova, no novo culto que
era implantado.
I Cor 14,15: “Orarei com o espírito, mas orarei também
com o entendimento, cantarei com o espírito, mas cantarei também com o
entendimento.”
São
Paulo deseja nos ensinar aqui que, em nossas assembleias,
precisamos cantar músicas dos folhetos, mas também precisamos cantar as músicas
que o Senhor inspirar através do Espírito Santo. Entretanto,
para cantar com o Espírito e para cantar com o entendimento, precisamos de unção, pois Deus não se agrada de cânticos apenas profissionais e resultantes
de simples técnicas humanas. Precisamos de boa técnica, mas, com ela
e acima dela, da unção do Espírito de Deus, inspirador de
todo louvor.
Ef 5, 18-21: “Enchei-vos do Espírito e não vos embriagueis
com vinho que é fonte de devassidão. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos
espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor.”
Aqui,
Paulo, além de falar dos hinos (cânticos de folhetos) e cânticos espirituais
(inspirados pelo Espírito), diz que cantemos o nome do Senhor
com os salmos. O ministério de música nos
grupos e assembleias precisa crescer nesta forma de oração: “cantar
com os salmos”. Uma vez que os salmos são um excelente método
de oração, e que não são escritos para serem lidos, mas sim
para serem orados, o ministro de música pode conduzir a assembleia a cantar
os salmos.
Como
fazer? A melhor maneira é escolher o salmo que a Igreja indica para
aquele dia, pois assim se ora com toda a Igreja de Deus. O ministro da música pede ao Espírito Santo que sopre uma melodia
e começa a cantar o salmo. Daí, cada um
segue cantando com a canção que o Espírito lhe inspirar.
Esta
maneira de orar é algo tão do agrado de Deus que nós vemos no Evangelho
de Mc 14,26: “Terminado o canto dos salmos,
saíram para o Monte das Oliveiras”. Não podemos deixar de utilizar
esta forma de louvar a Deus, adotada pelo próprio Jesus e seus discípulos.
Ap 14,1-5: “Eis os escolhidos que traziam na fronte o nome
dele e o nome de seu Pai. Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao
ruído de muitas águas… cantavam como que um cântico novo… ninguém podia
aprender este cântico, a não ser os escolhidos…”
E para que os escolhidos aprendam a
cantar este cântico novo, é preciso que comecem agora,
através do ministério de música, a se abrirem à ação do Espírito que quer
ensinar-lhes a cantar.
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