Em
abril de 2021, o Supremo, por 8 a 3, anulou os processos de Lula na 13ª Vara,
argumentando que os casos do tríplex, do sítio e do Instituto Lula nada têm a
ver com o objetivo de investigar corrupção envolvendo a Petrobras. Dois anos
depois, o entendimento do Supremo aparentemente não serviu para o caso do
celular do ajudante de ordens de Bolsonaro, já que cartão de vacina nada tem a
ver com as invasões de 8 de janeiro. Mas a Operação Venire foi incluída na
investigação de milícias digitais.
Presidente
Lula parece ser o Ícaro brasileiro com suas inúmeras viagens
31/05/2023
Lula
acolhe Maduro e ignora sofrimento dos venezuelanos
Na
Lava-Jato, as condenações consideraram que as empreiteiras envolvidas
retribuíam contratos superfaturados com a Petrobras. A devolução de 6 bilhões
equivaleu a confissões dos réus, assim como 43 acordos de leniência, que prevêm
a devolução de 24,5 bilhões. A responsabilidade agora na 13ª Vara é do juiz
Fábio Nunes de Martino, que vem de Ponta Grossa. Não encontrei registros de
entrevistas dele, o que conta pontos no seu currículo. Porque juiz falar fora
dos autos tem sido frequente e é um risco para a credibilidade da Justiça.
Agora mesmo o presidente do STM, brigadeiro Joseli Camelo, resolveu palpitar
sobre o tenente-corone Cid e revelou prejulgamento.
O
Judiciário virou foco das atenções e nesta semana o Senado decide se o advogado
de Lula, Cristiano Zanin, será juiz do Supremo. Imagino que um advogado se
transformar em juiz supremo deva ser uma transformação gigantesca. A natureza
do advogado é defender alguém ou alguma causa; a natureza do juiz é defender a
lei e a Justiça, como um fiel de balança. e de modo impessoal e sem
preferências de outra natureza que não seja pela isenção.
A
atenção do público deve ter ficado surpresa quando o site de notícias G1
mostrou que o gabinete que pode ser de Zanin no Supremo e era de Moraes, tem
350 metros quadrados - certamente mais amplo que a maioria das residências dos
brasileiros. Está no deslumbrante anexo do Supremo, que disputa em
grandiosidade e beleza com os palácios dos outros tribunais e o da Procuradoria
da República. Tudo construído com os impostos pagos pelo mesmo povo a quem
devem prestar o serviço da Justiça.
Como
nunca antes, vejo o Judiciário na boca do povo. Como numa Copa do Mundo, em que
todo mundo vira técnico de futebol, milhões de “juristas" e de
“juízes" andam pelo país digital, escrutinando tudo e julgando os próprios
juízes, não apenas nas decisões políticas relativas às liberdades, em que são
torcedores, mas também no trato com a corrupção, o tráfico e decisões recebidas
como impunidade. O triste é cada vez mais as pessoas, inclusive estudantes de
direito e agentes da Justiça, como a juíza Gabriela Hardt, ficarem desanimadas
e descrentes na Justiça. Abre-se aí um vácuo na estrutura da nação. É por isso
que tanto se vê abandonar a esperança no cumprimento das leis e da Constituição
e entregar a Justiça nas mãos de Deus.
Alexandre
Garcia
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