Muito
além da corrupção
Heitor De Paola,
Muito
além da corrupção
O filme
MUITO ALÉM DO JARDIM (nome brasileiro do filme baseado na obra “O VIDIOTA”
[Being There], de Jerzy Kosinski) conta a história de Chance. Após a morte da
mãe de Chance em seu parto, ele foi adotado por um senhor, chamado somente de
“O Velho” na história. Chance nunca aprendeu a ler ou escrever. Passava seus
dias cuidando dos jardins do Velho e vendo televisão, sua única ligação com o
resto do mundo, pois nunca pôde sair da casa do Velho. Quando o Velho morreu
Chance teve que sair da casa, pois não havia nenhum testamento. Levou consigo o
controle remoto da TV e a cada cena real que lhe desagradava usava-o para
“mudar de canal”. Magistralmente interpretado por Peter Sellers, sua expressão
de frustação ao ver que a realidade é outra e imutável, é impagável!
A
população brasileira vive exatamente assim: controlada pela TV, os mais
“letrados”, mas em sua grande maioria analfabetos funcionais, pelos jornais e
revistas que lhes contam historietas sobre “corrupção” nas estatais e órgãos
públicos e lhe apontam pessoas malvadas que se apoderam do poder apenas para
roubar. Quando alguém tenta lhes mostrar que a corrupção é apenas encenação
para algo mais profundo, como vidiotas que são mudam de canal dizendo: isto é
teoria da conspiração! Portanto, este artigo não é recomendado para vidiotas.
ANTECEDENTES
No
processo de democratização da Rússia, em fevereiro de 1917, foi pela primeira
vez eleito um Parlamento aos moldes da tradição ocidental, a Duma, com ampla
aceitação de todos os partidos, menos um: o Bolchevista, comandado por Lenin e
Trotsky. Lenin chega do exílio em 3 de abril. Durante os escassos onze meses de
duração da democracia russa os dois “fizeram o diabo” para infernizar a vida
dos demais partidos até paralisarem totalmente a Duma, criando o caos absoluto
que se tornou “a suprema lei”. Perdendo mais uma eleição lançaram o brado Todo
Poder aos Soviets – Conselhos Populares que o PT quer impor aqui – e mesmo minoritários
tomaram o poder e enfrentaram uma fortíssima oposição do povo, principalmente
nas áreas rurais e nas cidades do interior. A ordem bolchevista foi esmagar
toda oposição onde surgisse. E assim o fizeram, estabelecendo o criminoso
regime comunista por 70 anos, durante os quais, somado aos assassinatos levados
a efeito por seus seguidores, exterminaram mais de 130 milhões de pessoas.
É
conhecida a mútua admiração entre Lenin e Mussolini. Durante o exílio de Lenin
na Suíça Mussolini teve contato, se não com próprio Lenin, com seus associados.
Angelica Balabanov, sua antiga tutora, foi com Lenin para a Rússia. O futuro
Duce era leitor assíduo de todas as obras do futuro ditador comunista.
Aparentemente Lenin também conhecia e admirava Mussolini (Ernst Nolte, Three
Faces of Facism). Após a tomada do poder Lenin queixava-se do Partido
Socialista Italiano tê-lo abandonado: “já em novembro de 1914 ele reprovara o
Partido Socialista por tê-lo desconsiderado”. Trotsky também se queixava pelo
mesmo motivo (id., Parte III, cap. 1, n 155). Mussolini admirava o êxito de
Lenin ao exterminar as oposições e impor o estado de partido único, Lenin, e
posteriormente Stalin, admiravam Mussolini por ter sido o verdadeiro inventor
do Estado Totalitário.
A maior
lição do Duce a Lenin foi como cooptar o empresariado, nunca matar a galinha
dos ovos de ouro, mas envolvê-la na corrupção! E Lenin usou sua lições ao
lançar a Nova Política Econômica em 1924.
No
entanto Mussolini divergia da qualificação do proletariado como força em si
mesmo. Para ele o proletariado via a si mesmo como uma seção (sem dúvida
desprivilegiada) da sociedade burguesa e, antecipando o pensamento de Gramsci,
foram os intelectuais burgueses que primeiro forneceram a eles a fé em sua
“missão revolucionária histórica”.
Desde a
abertura dos arquivos secretos de Moscou sabe-se que o Pacto Molotov Ribbentrop
de 1939 não foi o início do entendimento entre Rússia e Alemanha, mas o final
de uma longa cooperação militar e policial iniciada já em 1922. A última, derrotada
e impedida de manter tropas blindadas, navios de guerra de grande tonelagem e
Força Aérea e treinar novos militares além do estabelecido pelo Tratado de
Versalhes, tiveram amplas possibilidades de fazê-lo dentro do território
soviético (Yuri Diakov & Tatiana Bushueyva, The Red Army and the Wermacht:
How the Soviets Militarized Germany, 1922-33, and Paved the Way for Fascism.
Ver também, De Paola, O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial). O
acordo não foi somente militar, mas também policial: a futura Gestapo foi
moldada pela Tcheka leninista (antecessora do KGB).
Na
Alemanha a liberdade durou 14 anos. A democratização de 1919, com a queda do
Império absolutista e autocrático de séculos, foi recebida com euforia e grande
otimismo, mas logo, logo as coisas se deterioraram: o regime democrático foi
utilizado para desencadear a deterioração dos costumes que rapidamente
transformou a República de Weimar num asilo onde imperava a psicose, tanto
individual quanto institucional. As crenças religiosas entraram em declínio com
o incremento das práticas ocultistas e a conseqüente amoralidade imperando
soberana. As classes abastadas perderam totalmente os controles e se
corromperam. Desejos, atitudes e comportamentos aberrantes, há muito reprimidos,
vieram à tona e não havia nenhum limite para a satisfação hedonista. Por sua
vez, o povo, já sofrido pela derrota, pelas perdas e mutilações de familiares
durante a Grande Guerra e pelo pagamento extorsivo das indenizações de guerra
aos Aliados, perdeu o referencial das classes que deveriam dar o exemplo de
austeridade necessária para a reconstrução do país, pois a corrupção tornou-se
a norma no mundo dos negócios e da política. Os políticos se candidatavam muito
mais para obter lucros pessoais e poder de influência do que para servir à
Nação. Com o poder de decisão nas mãos e a perda dos sentimentos morais, da
retidão e da honra, faziam leis em proveito próprio e o povo que se esfalfasse
de trabalhar para pagar extorsivos impostos enquanto os ricos se divertiam e
pagavam aos políticos para obter vantagens.
Este
estado caótico só precisava de um impulso para aprofundar o caos e instalar um
império criminoso. E aí estavam os nazistas e os comunistas para se
encarregarem de instalá-lo. Em 1932 a Alemanha não tinha nenhuma opção
democrática entre as quadrilhas nazista e comunista. Os primeiros souberam
explorar o medo das classes mais altas para se financiarem.
Sabemos
hoje que esta oposição entre nazismo e comunismo não passava de uma farsa para
encobrir uma profunda aliança para destruir a Europa, a democracia e a
liberdade individual. Os dois lados tinham razões de sobra para alimentarem a
farsa, enganando até mesmo seus próprios militantes: o Pacto Molotov-Ribbentop
foi um golpe no Partido Comunista Alemão. Em retribuição, judeus alemães
refugiados na URSS foram devolvidos a Hitler. A GPU, sucessora da Tcheka,
forneceu à Gestapo os endereços secretos dos comunistas. Ernst Thäelmann,
Deputado no Reichstag e Presidente do partido, foi preso e morreu num campo de
concentração.
* * *
É
possível traçar um paralelo entre estas tristes e desastrosas histórias e os
tempos atuais em nosso País, onde a redemocratização de 1985 voltou a
desencadear o terrorismo nas cidades e a guerrilha no campo que os militares
haviam sufocado em boa hora. Concede-se asilo a terroristas, protegem-se
traficantes e condenam-se bandidos a penas “alternativas”, liberam-se as
drogas, o aborto e a eutanásia, a moralidade se esvai entre funks para os
pobres e festas nababescas para os super-ricos, de fazer inveja às dos Krupp
von Bohlen e Thyssen nos anos 30, onde a moralidade é jogada no lixo em nome da
falsa liberdade de expressão pessoal. A Corte Suprema determina que todos devem
permanecer soltos até o julgamento do último recurso, mesmo condenados em
instâncias inferiores por crimes hediondos. Impera a violência e a cada
policial covardemente assassinado pelos bandidos – só no Rio já caíram mais de
250 só nos últimos meses – os jornais fazem coro com as ONGS de “direitos
humanos” para condenar a violência policial! Chega-se ao cúmulo de impedir que
os policiais usem até mesmo balas de borracha, quando deveriam usar munição
real – e sugere-se dialogar com os bandidos!
Felizmente
nossa polícia é constituída de homens e mulheres que não se deixaram tocar,
ainda!, pela doutrinação ideológica dos “especialistas em criminologia”
E o
povo permanece hipnotizado por figuras carismáticas tomadas pelo espírito de
Lenin/Mussolini/Hitler – Fidel, Lula, Chávez – para cumprir o testamento de
Lenin, comandando o maior império do crime de nosso continente, o Foro de São
Paulo. Onde se pagam “indenizações por crimes de guerra”, não mais a potências
estrangeiras, mas a cidadãos do próprio País e comissões da InVerdade
transformam criminosos e heróis e vítimas da “ditadura”.
Causa
estranheza e deveria causar vergonha, se tal sentimento ainda existisse por
aqui, que um Presidente de Corte Suprema da Nação tenha que renunciar por ser
ameaçado de morte. Por um Ex-presidente,
Lula, tentar chantagear um dos Magistrados desta mesma Corte. Pasmam os
comentaristas estrangeiros ao saberem que as eleições foram comandadas por um
medíocre e obscuro advogado que antes representara um dos partidos
concorrentes, ainda mais comandando maquininhas de votar altamente suspeitas de
facilitar fraudes (ver em
http://henrymakow.com/2014/10/dilmas-re-election-in-brazil-l.html e
http://alekboyd.blogspot.com.br/p/smartmatic.html ).
ACEITAÇÃO
PASSIVA E ESTÍMULO À VIOLÊNCIA
Estarrecedora
a passividade dos conservadores e defensores da liberdade frente à degradação
moral e ética em curso. Enquanto o plano insano vai sendo implantado com
método, o que faz a inexistente oposição? Sentimentalóide e lacrimejante
protesta indignada contra gestos obscenos de Marco Aurélio Garcia e seu capanga,
e o “relaxa e goza” da Martinha! Que por ser sexóloga deve entender do que diz.
Ora, por favor, senhoras e senhores que se dizem antipetistas! Querem combater
o comunismo que já está em fase acelerada de implantação como nunca antes nefte
paíf com pruridos moralistas pequeno-burgueses? Há aqueles que não sabem da
missa a metade, vá lá, fazem por inocência mesmo. Mas quem conhece o método por
trás de tudo isto e que se autoproclama oposicionista, pretende derrubar a
insanidade comunista exigindo educação e boas maneiras dos loucos que tomaram
de assalto o hospício e o estão dirigindo?
A
corrupção é tomada apenas como roubo e não meio de apropriação dos fundos
“públicos” para financiamento da revolução comunista em curso. Mesmo com as
denúncias do emprego de dinheiro “público” para sustentar os irmãos Castro e os
demais “cumpanhêros” do Foro de São Paulo, seguem como vidiotas “mudando” de
canal e esperando que lhes sobre alguma coisinha. A desmoralização da polícia e
o ataque vergonhoso às Forças Armadas, seja através dos cortes de orçamento, seja
pelas falsas investigações sobre os “crimes da Ditadura”, tornam cada vez mais
fácil a implantação do testamento de Lenin:
A
democracia só deve existir até a tomada do poder
Mesmo
perdendo, ganhamos! Se não pelo voto, por fraude, se mesmo assim não
conseguirmos, golpe de Estado “em nome do povo” (atenção para as propostas de
plebiscito constitucional)
Toda e
qualquer oposição é considerada contra os interesses populares, pois só o
partido hegemônico de vanguarda pode interpretar corretamente quais são esses
interesses, nem o próprio povo que está dominado pela ideologia da “classe
dominante” e, portanto, iludido pela possibilidade de crescimento pessoal via
esforço próprio
Baseado
nestas premissas, a oposição deve ser esmagada, exterminada até a última
pessoa, ou cooptada como se fez com Afif Domingos e Kátia Abreu (que nem sabem
o que os espera!)
Mesmo
oposições internas devem ser entendidas como desvios ideológicos e igualmente
esmagadas
Mentir
sempre, mudar a mentira de acordo com as “condições revolucionárias do
momento”. O aliado de hoje pode ser o inimigo de amanhã. Recomenda-se
frequentemente mudar a “linha ideológica”, para não permitir que os aliados de
hoje se sintam demasiado seguros. Só o terror manterá a hegemonia do Partido de
Vanguarda. Num sistema que coloca a ideologia oficial no âmago de sua demanda
por poder, a própria ideologia se torna um instrumento estratégico do exercício
e da busca por mais poder.
Nesta
altura os vidiotas já mudaram de canal há muito tempo e não leram mais nada!
Cosa fare?
Heitor
De Paola
Heitor
De Paola é escritor e comentarista político, membro da International
Psychoanalytical Association e Clinical Consultant, Boyer House Foundation,
Berkeley, Califórnia, e Membro do Board of Directors da Drug Watch
International. Possui trabalhos publicados no Brasil e exterior. É ex-militante
da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP)
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