quarta-feira, 21 de junho de 2023

NOTÍCIAS 02

 

Muito além da corrupção

 Heitor De Paola, 

Muito além da corrupção

O filme MUITO ALÉM DO JARDIM (nome brasileiro do filme baseado na obra “O VIDIOTA” [Being There], de Jerzy Kosinski) conta a história de Chance. Após a morte da mãe de Chance em seu parto, ele foi adotado por um senhor, chamado somente de “O Velho” na história. Chance nunca aprendeu a ler ou escrever. Passava seus dias cuidando dos jardins do Velho e vendo televisão, sua única ligação com o resto do mundo, pois nunca pôde sair da casa do Velho. Quando o Velho morreu Chance teve que sair da casa, pois não havia nenhum testamento. Levou consigo o controle remoto da TV e a cada cena real que lhe desagradava usava-o para “mudar de canal”. Magistralmente interpretado por Peter Sellers, sua expressão de frustação ao ver que a realidade é outra e imutável, é impagável!

 

A população brasileira vive exatamente assim: controlada pela TV, os mais “letrados”, mas em sua grande maioria analfabetos funcionais, pelos jornais e revistas que lhes contam historietas sobre “corrupção” nas estatais e órgãos públicos e lhe apontam pessoas malvadas que se apoderam do poder apenas para roubar. Quando alguém tenta lhes mostrar que a corrupção é apenas encenação para algo mais profundo, como vidiotas que são mudam de canal dizendo: isto é teoria da conspiração! Portanto, este artigo não é recomendado para vidiotas.

 

ANTECEDENTES

 

No processo de democratização da Rússia, em fevereiro de 1917, foi pela primeira vez eleito um Parlamento aos moldes da tradição ocidental, a Duma, com ampla aceitação de todos os partidos, menos um: o Bolchevista, comandado por Lenin e Trotsky. Lenin chega do exílio em 3 de abril. Durante os escassos onze meses de duração da democracia russa os dois “fizeram o diabo” para infernizar a vida dos demais partidos até paralisarem totalmente a Duma, criando o caos absoluto que se tornou “a suprema lei”. Perdendo mais uma eleição lançaram o brado Todo Poder aos Soviets – Conselhos Populares que o PT quer impor aqui – e mesmo minoritários tomaram o poder e enfrentaram uma fortíssima oposição do povo, principalmente nas áreas rurais e nas cidades do interior. A ordem bolchevista foi esmagar toda oposição onde surgisse. E assim o fizeram, estabelecendo o criminoso regime comunista por 70 anos, durante os quais, somado aos assassinatos levados a efeito por seus seguidores, exterminaram mais de 130 milhões de pessoas.

 

É conhecida a mútua admiração entre Lenin e Mussolini. Durante o exílio de Lenin na Suíça Mussolini teve contato, se não com próprio Lenin, com seus associados. Angelica Balabanov, sua antiga tutora, foi com Lenin para a Rússia. O futuro Duce era leitor assíduo de todas as obras do futuro ditador comunista. Aparentemente Lenin também conhecia e admirava Mussolini (Ernst Nolte, Three Faces of Facism). Após a tomada do poder Lenin queixava-se do Partido Socialista Italiano tê-lo abandonado: “já em novembro de 1914 ele reprovara o Partido Socialista por tê-lo desconsiderado”. Trotsky também se queixava pelo mesmo motivo (id., Parte III, cap. 1, n 155). Mussolini admirava o êxito de Lenin ao exterminar as oposições e impor o estado de partido único, Lenin, e posteriormente Stalin, admiravam Mussolini por ter sido o verdadeiro inventor do Estado Totalitário.

 

A maior lição do Duce a Lenin foi como cooptar o empresariado, nunca matar a galinha dos ovos de ouro, mas envolvê-la na corrupção! E Lenin usou sua lições ao lançar a Nova Política Econômica em 1924.

 

No entanto Mussolini divergia da qualificação do proletariado como força em si mesmo. Para ele o proletariado via a si mesmo como uma seção (sem dúvida desprivilegiada) da sociedade burguesa e, antecipando o pensamento de Gramsci, foram os intelectuais burgueses que primeiro forneceram a eles a fé em sua “missão revolucionária histórica”.

 

Desde a abertura dos arquivos secretos de Moscou sabe-se que o Pacto Molotov Ribbentrop de 1939 não foi o início do entendimento entre Rússia e Alemanha, mas o final de uma longa cooperação militar e policial iniciada já em 1922. A última, derrotada e impedida de manter tropas blindadas, navios de guerra de grande tonelagem e Força Aérea e treinar novos militares além do estabelecido pelo Tratado de Versalhes, tiveram amplas possibilidades de fazê-lo dentro do território soviético (Yuri Diakov & Tatiana Bushueyva, The Red Army and the Wermacht: How the Soviets Militarized Germany, 1922-33, and Paved the Way for Fascism. Ver também, De Paola, O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial). O acordo não foi somente militar, mas também policial: a futura Gestapo foi moldada pela Tcheka leninista (antecessora do KGB).

 

Na Alemanha a liberdade durou 14 anos. A democratização de 1919, com a queda do Império absolutista e autocrático de séculos, foi recebida com euforia e grande otimismo, mas logo, logo as coisas se deterioraram: o regime democrático foi utilizado para desencadear a deterioração dos costumes que rapidamente transformou a República de Weimar num asilo onde imperava a psicose, tanto individual quanto institucional. As crenças religiosas entraram em declínio com o incremento das práticas ocultistas e a conseqüente amoralidade imperando soberana. As classes abastadas perderam totalmente os controles e se corromperam. Desejos, atitudes e comportamentos aberrantes, há muito reprimidos, vieram à tona e não havia nenhum limite para a satisfação hedonista. Por sua vez, o povo, já sofrido pela derrota, pelas perdas e mutilações de familiares durante a Grande Guerra e pelo pagamento extorsivo das indenizações de guerra aos Aliados, perdeu o referencial das classes que deveriam dar o exemplo de austeridade necessária para a reconstrução do país, pois a corrupção tornou-se a norma no mundo dos negócios e da política. Os políticos se candidatavam muito mais para obter lucros pessoais e poder de influência do que para servir à Nação. Com o poder de decisão nas mãos e a perda dos sentimentos morais, da retidão e da honra, faziam leis em proveito próprio e o povo que se esfalfasse de trabalhar para pagar extorsivos impostos enquanto os ricos se divertiam e pagavam aos políticos para obter vantagens.

 

Este estado caótico só precisava de um impulso para aprofundar o caos e instalar um império criminoso. E aí estavam os nazistas e os comunistas para se encarregarem de instalá-lo. Em 1932 a Alemanha não tinha nenhuma opção democrática entre as quadrilhas nazista e comunista. Os primeiros souberam explorar o medo das classes mais altas para se financiarem.

 

Sabemos hoje que esta oposição entre nazismo e comunismo não passava de uma farsa para encobrir uma profunda aliança para destruir a Europa, a democracia e a liberdade individual. Os dois lados tinham razões de sobra para alimentarem a farsa, enganando até mesmo seus próprios militantes: o Pacto Molotov-Ribbentop foi um golpe no Partido Comunista Alemão. Em retribuição, judeus alemães refugiados na URSS foram devolvidos a Hitler. A GPU, sucessora da Tcheka, forneceu à Gestapo os endereços secretos dos comunistas. Ernst Thäelmann, Deputado no Reichstag e Presidente do partido, foi preso e morreu num campo de concentração.

 

 

* * *

 

É possível traçar um paralelo entre estas tristes e desastrosas histórias e os tempos atuais em nosso País, onde a redemocratização de 1985 voltou a desencadear o terrorismo nas cidades e a guerrilha no campo que os militares haviam sufocado em boa hora. Concede-se asilo a terroristas, protegem-se traficantes e condenam-se bandidos a penas “alternativas”, liberam-se as drogas, o aborto e a eutanásia, a moralidade se esvai entre funks para os pobres e festas nababescas para os super-ricos, de fazer inveja às dos Krupp von Bohlen e Thyssen nos anos 30, onde a moralidade é jogada no lixo em nome da falsa liberdade de expressão pessoal. A Corte Suprema determina que todos devem permanecer soltos até o julgamento do último recurso, mesmo condenados em instâncias inferiores por crimes hediondos. Impera a violência e a cada policial covardemente assassinado pelos bandidos – só no Rio já caíram mais de 250 só nos últimos meses – os jornais fazem coro com as ONGS de “direitos humanos” para condenar a violência policial! Chega-se ao cúmulo de impedir que os policiais usem até mesmo balas de borracha, quando deveriam usar munição real – e sugere-se dialogar com os bandidos!

 

Felizmente nossa polícia é constituída de homens e mulheres que não se deixaram tocar, ainda!, pela doutrinação ideológica dos “especialistas em criminologia”

E o povo permanece hipnotizado por figuras carismáticas tomadas pelo espírito de Lenin/Mussolini/Hitler – Fidel, Lula, Chávez – para cumprir o testamento de Lenin, comandando o maior império do crime de nosso continente, o Foro de São Paulo. Onde se pagam “indenizações por crimes de guerra”, não mais a potências estrangeiras, mas a cidadãos do próprio País e comissões da InVerdade transformam criminosos e heróis e vítimas da “ditadura”.

 

Causa estranheza e deveria causar vergonha, se tal sentimento ainda existisse por aqui, que um Presidente de Corte Suprema da Nação tenha que renunciar por ser ameaçado de morte.  Por um Ex-presidente, Lula, tentar chantagear um dos Magistrados desta mesma Corte. Pasmam os comentaristas estrangeiros ao saberem que as eleições foram comandadas por um medíocre e obscuro advogado que antes representara um dos partidos concorrentes, ainda mais comandando maquininhas de votar altamente suspeitas de facilitar fraudes (ver em http://henrymakow.com/2014/10/dilmas-re-election-in-brazil-l.html e http://alekboyd.blogspot.com.br/p/smartmatic.html ).

 

ACEITAÇÃO PASSIVA E ESTÍMULO À VIOLÊNCIA

 

Estarrecedora a passividade dos conservadores e defensores da liberdade frente à degradação moral e ética em curso. Enquanto o plano insano vai sendo implantado com método, o que faz a inexistente oposição? Sentimentalóide e lacrimejante protesta indignada contra gestos obscenos de Marco Aurélio Garcia e seu capanga, e o “relaxa e goza” da Martinha! Que por ser sexóloga deve entender do que diz. Ora, por favor, senhoras e senhores que se dizem antipetistas! Querem combater o comunismo que já está em fase acelerada de implantação como nunca antes nefte paíf com pruridos moralistas pequeno-burgueses? Há aqueles que não sabem da missa a metade, vá lá, fazem por inocência mesmo. Mas quem conhece o método por trás de tudo isto e que se autoproclama oposicionista, pretende derrubar a insanidade comunista exigindo educação e boas maneiras dos loucos que tomaram de assalto o hospício e o estão dirigindo?

 

 

A corrupção é tomada apenas como roubo e não meio de apropriação dos fundos “públicos” para financiamento da revolução comunista em curso. Mesmo com as denúncias do emprego de dinheiro “público” para sustentar os irmãos Castro e os demais “cumpanhêros” do Foro de São Paulo, seguem como vidiotas “mudando” de canal e esperando que lhes sobre alguma coisinha. A desmoralização da polícia e o ataque vergonhoso às Forças Armadas,  seja através dos cortes de orçamento, seja pelas falsas investigações sobre os “crimes da Ditadura”, tornam cada vez mais fácil a implantação do testamento de Lenin:

 

A democracia só deve existir até a tomada do poder

Mesmo perdendo, ganhamos! Se não pelo voto, por fraude, se mesmo assim não conseguirmos, golpe de Estado “em nome do povo” (atenção para as propostas de plebiscito constitucional)

Toda e qualquer oposição é considerada contra os interesses populares, pois só o partido hegemônico de vanguarda pode interpretar corretamente quais são esses interesses, nem o próprio povo que está dominado pela ideologia da “classe dominante” e, portanto, iludido pela possibilidade de crescimento pessoal via esforço próprio

Baseado nestas premissas, a oposição deve ser esmagada, exterminada até a última pessoa, ou cooptada como se fez com Afif Domingos e Kátia Abreu (que nem sabem o que os espera!)

Mesmo oposições internas devem ser entendidas como desvios ideológicos e igualmente esmagadas

Mentir sempre, mudar a mentira de acordo com as “condições revolucionárias do momento”. O aliado de hoje pode ser o inimigo de amanhã. Recomenda-se frequentemente mudar a “linha ideológica”, para não permitir que os aliados de hoje se sintam demasiado seguros. Só o terror manterá a hegemonia do Partido de Vanguarda. Num sistema que coloca a ideologia oficial no âmago de sua demanda por poder, a própria ideologia se torna um instrumento estratégico do exercício e da busca por mais poder.

Nesta altura os vidiotas já mudaram de canal há muito tempo e não leram mais nada! Cosa fare?

 

Heitor De Paola

Heitor De Paola é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, e Membro do Board of Directors da Drug Watch International. Possui trabalhos publicados no Brasil e exterior. É ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP)


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