LEMBRANÇA DA VELHA
CASA
Era uma velha
casa,
Onde, outrora, eu
morei,
Faz bem mais de
meio século,
Quando dela me
ausentei.
Era uma casa
simples,
Nem alpendre ali
tinha,
Havia, à sua
direita,
Uma casa de
farinha.
Seu telhado
empardecido
Eram telhas de
olaria,
Sua pintura “à
tabatinga”
Às roupas
embranquecia.
Ladeada por dois
muros,
Um ao norte, outro
ao sul,
Com suas portas e
janelas
Todas pintadas de
azul.
Piso de lajes, na
sala,
Era mesmo
novidade,
Pois no restante
da casa
Era barro de
verdade.
O fogão era de
chapa,
À lenha, quero
dizer,
E sujava as
panelas,
Na hora de cozer.
Lá havia poucas
cadeiras,
E alguns bancos
também,
Meninos iam pra
esteira,
Quando lá chegava
alguém.
Minha cama era um
“catre”
Feito de couro
estendido,
De couro cru,
“inatura”,
Pois nunca fora
curtido.
Meu colchão era
macio,
Feito de “Macela”
, (a flor),
Tinha cheiro de
mato agreste,
De todos era o
melhor.
Meu travesseiro,
também,
Não deixava a
desejar,
Só de lã de
“Barriguda”,
Bom pra dormir e
sonhar.
A mesa era mui
farta,
Ninguém curtia
precisão,
A roça produzia
muito,
Dando a todos
provisão.
Menino, gato e
cachorro,
Vaca, ovelha e
cavalo,
Papagaio e galinha
Viviam neste
intervalo.
Era uma vida boa,
Cheia de muita
aventura,
Faltavam algumas
coisas,
Mas havia muita
fartura.
Velha casa do
Baixio,
Trago-a sempre na
lembrança,
Pois dela tenho
saudade,
E do tempo de
criança.
Rev. Péricles
Evangelista Matos
Salvador, 24 de
agosto de 2022.
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