domingo, 11 de junho de 2023

POESIA

 

LEMBRANÇA DA VELHA CASA

 

Era uma velha casa,

Onde, outrora, eu morei,

Faz bem mais de meio século,

Quando dela me ausentei.

 

Era uma casa simples,

Nem alpendre ali tinha,

Havia, à sua direita,

Uma casa de farinha.

 

Seu telhado empardecido

Eram telhas de olaria,

Sua pintura “à tabatinga”

Às roupas embranquecia.

 

Ladeada por dois muros,

Um ao norte, outro ao sul,

Com suas portas e janelas

Todas pintadas de azul.

 

Piso de lajes, na sala,

Era mesmo novidade,

Pois no restante da casa

Era barro de verdade.

 

O fogão era de chapa,

À lenha, quero dizer,

E sujava as panelas,

Na hora de cozer.

 

Lá havia poucas cadeiras,

E alguns bancos também,

Meninos iam pra esteira,

Quando lá chegava alguém.

 

 

Minha cama era um “catre”

Feito de couro estendido,

De couro cru, “inatura”,

Pois nunca fora curtido.

 

Meu colchão era macio,

Feito de “Macela” , (a flor),

Tinha cheiro de mato agreste,

De todos era o melhor.

 

Meu travesseiro, também,

Não deixava a desejar,

Só de lã de “Barriguda”,

Bom pra dormir e sonhar.

 

A mesa era mui farta,

Ninguém curtia precisão,

A roça produzia muito,

Dando a todos provisão.

 

Menino, gato e cachorro,

Vaca, ovelha e cavalo,

Papagaio e galinha

Viviam neste intervalo.

 

Era uma vida boa,

Cheia de muita aventura,

Faltavam algumas coisas,

Mas havia muita fartura.

 

Velha casa do Baixio,

Trago-a sempre na lembrança,

Pois dela tenho saudade,

E do tempo de criança.


Rev. Péricles Evangelista Matos

Salvador, 24 de agosto de 2022.


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